domingo, agosto 29, 2004

Ídolos

Enquanto hoje deambulava pelos canais da TV Cabo, reparei que a Sic decidiu relançar esse bastião da música e cultura portuguesa que é o programa Ídolos. Sim, falo-vos do programa que consegue cruzar a pureza da música do Chuva de Estrelas com a paz e tranquilidade do Jerry Springer.
É o programa que lança as futuras estrelas musicais que, aparentemente, antes deste programas surgirem, não existiam, já que são de tão grande potencial que é necessário passar horas a fazer papel de palonço pra milhões de espectadores em casa, vestir-se com roupa que, na maioria dos casos, partilha o pdrão do tecido com sofás e cortinados dos anos 60, ao invés de ir directamente à editora assinar um contrato. Este programa serve de plataforma para todos aqueles cujo talento musical é acima da média. Imagino que, caso passasse pela porta Luciano Pavarotti pela porta e cantasse um trecho de ópera, teríamos um bombardeamento de comentários do juri: "Olha lá...tu já que perdias uns quilitos não?", "Essa roupa já passou um bocadinho de moda, é pouco casual, sinceramente pareces um pinguim", "Sabes que essa música... já não é muito nova... é pouco mexida, viva", "Pah...tu não precisas de gritar, canta assim mais mellow, assim mais light...não podes cantar outra coisa? Talvez Sting..." terminando com "Olha...tu não és bem o que a gente está à procura, é melhor teres umas aulas de canto, mexeres um bocadinho o corpo quando cantas".
Mas compreende-se a escolha da SIC, já que se está a ver a competir com a Quinta dos Famosos, em que vamos ver pessoas de múltiplos talentos a ordenhar vacas, ser introduzidos à ancestral e muy distante prática de cozinhar, em que despontarão celebridades como Cinha Jardim, com a sua enorme capacidade de socializar, Elsa Raposo, com a sua notória capacidade de armazenar quantidades abissais de esperma no seu corpo, ou mesmo de José Castelo-Branco, duquesa-mor do homossexualismo português.
É bonito ver a televisão a bater recordes, ao levar a qualidade pra valores cada vez menores. Tv no seu melhor.

quarta-feira, agosto 25, 2004

O bidon - take 2

Felizmente, para o divertimento de todos, a gorda voltou a surgir na noite algarvia. Novamente na Trigonometria, vá-se lá saber... Pois bem, dado que o grupo nessa noite se havia partido (de um lado os que não se importam de “pegar de marcha atrás”, do outro os que dispensam qualquer aproximação ao rabinho por terceiros, ESPECIALMENTE se for via bolso, com limpeza de carteira incluída – por outras palavras, alguns de nós haviam-se recusado a pagar 25 € para entrar no Klube...), desta vez foi possível fazer uma verdadeira aproximação à gorda, uma coisa personalizada. Um pequeno 4 para 1 (!).
Apesar de não termos estabelecido grandes contactos durante o período em que estivémos na discoteca (afinal de contas estávamos lá para nos divertir e ouvir de 5 em 5 minutos “Arranjem-me um cigarro” não é bem o nosso ideal de divertimento.... podia ter piada durante um bocado mas a dada altura existia o risco de alguém bater na gorda) esta noite foi tremendamente produtiva. Batiam as 5:30 e já um segurança me empurrava em direcção à saída da discoteca, entretanto deserta (fenómeno que me havia escapado...).Depois de refilar com a menina da porta devido à hora de fecho e expulso que havia sido do recinto, encontro nada mais nada menos que o grupo com quem havia vindo a “bater couro” à gorda. De imediato entro na onda. Entretanto surge o irmão da rapariga, chamando cordialmente a atenção: “Eu sei que a minha irmã é um bocado gordinha, mas não gozem com ela que senão há chatice!”. Enfim, ilusões da idade. Um inconsciente. Enxotado o palonso do irmão, retomámos o engate à gorda. Chegava o autocarro com destino a vilamoura e desaparecia a miudagem toda que havia ficado por ali. Levanta-se a “bochinha” e despede-se com um “arranjem-me um cigarro...”. Huki não está para meias medidas e desabafa: “Ó Xeko, arranja aí um cigarro à gorda!!”. Estando o monstro a menos de metro e meio de nós larga um potente e retumbante: “Epah, vai-te f*der, sim?” Começados os 5 minutos que passámos a rir, corremos para o carro, que de imediato pus lado a lado com o autocarro parado. Impossível ver o que quer que fosse para dentro do veículo devido à publicidade da JB. Nada que nos impedisse. Abrimos janelas e tecto de abrir e vá de mandar vir com a gorda. E não é que quando nos cansamos de xingar o pote, num surpreendente momento de silêncio, se ouve: “Pó c*r*lho, c*brões de m*rda!! Vão-se f*der seus PARVOS!”. Saltou-lhe o verniz e saltou-nos a tampa... No caminho todo que fizémos até casa, por entre os risos a frase que mais se ouviu foi : “P*ta da gorda!”

Moral da estória: A obesidade é um problema grave mas, acima de tudo, um mal necessário. Não fosse a gorda de quem é que nos ríamos??

Salvé ó Carolina, ícone da obesidade;
Gorda terrível, chacota da comunidade!

segunda-feira, agosto 23, 2004

Trigonometria on Fire

É já de manhã que procuro encontrar palavras que melhor me permitam descrever um daqueles que eu vim a descobrir serem muitos fenómenos da noite nesta estação de pouca roupa e espírito livre. Neste caso falo da Trigonometria, discoteca nas imediações da quinta do lago. De cada vez que lá fui estas férias aprendi sempre mais qualquer coisinha. Desde o facto de que a criançada inicia a vida sexual cada vez mais cedo, até aos mais recentes avanços e desenvolvimentos da chamada “dança moderna”. Eu elaboro.
Um destes dias, decidiu-se por unanimidade entre o meu grupo de amigos (as amigas não são, de momento, chamadas...havemos de lá chegar..) que haveria bubadeira na Trigo. Pois bem, iniciou-se a noite de copofonia no apartamento que viria a ser conhecido por toda a Vilamoura como a “Comunidade T0”. De seguida apanhou-se o autocarro para a quinta do lago, servindo de entretenimento cantos de apoio ao Glorioso e momentos de “xinganso” da massa humana que povoava o já muito batido “baleeiro com rodas”. Chegados à bendita discoteca (queria lançar aqui um repto de apoio ao movimento “bar aberto” que a Trigonometria decidiu criar. BOA ONDA.) deparamo-nos desde logo com uma rapariga que não teria mais do que as suas 15, 16 primaveras, de saia (15 cm... se calhar já recai sob a classificação de “cinto”...) branca, top laranja que entre estar lá e não estar não fazia grande diferença e uns sapatos de salto alto com uma espécie de atilhos que se enrolavam pelo pernil acima até ao joelho, total, absoluta e completamente embriagada. Tudo o que era amigo dela com qualquer coisa entre as pernas lhe metia a mão entre as pernas... Começara o show.
Estava o nosso grupo a fazer valer a noite, isto é, a mamar copos aos “pares de cinco” quando reparamos numa “menina” de constituição anatómica agressiva (em peso, era todos nós juntos...). O Brulk, homem de grandes mulheres (não que goste delas, gosta é de gozar com elas..) de imediato se fixou na rapariga.. Entretanto, lá andava ela pela pista cravando cigarros (que “quase” ninguém tinha coragem de lhos negar), criando clareiras por onde passava, feliz da vida com a amiga.. A dada altura resolve-se a subir ao andar de cima, onde nos encontrávamos a xingar a gorda à distância. Foi a desgraça. Procurando eu uma aberta no bar para pedir nova rodada de 5 (para mim.. amigos amigos, bebidas à parte) devo ter surgido no campo de visão da gorda, que me surpreendeu agarrando-me pelo pescoço (bastante violentamente devo dizer... a p*ta da gorda devia ser halterofilista) e berrando-me ao ouvido que estava desesperada por cigarros. Indiquei-lhe o caminho para a máquina de tabaco mas tal não parece ter resultado pois ela não me largou e dizia que se não lhe dava 3 cigarros, que fosse cravar para ela ou então que lhos comprasse. De repente, Brulk surge em meu auxílio, apalpando a gorda, que, surpresa, me libertou e virou costas pela fracção de segundo necessária para fugir do alcance da garra da besta. A partir daí, a gorda não teve descanso. Apalpão aqui, apalpão ali, apalpão acolá (acreditem, o bicho tinha MUITO sítio para apalpar)... Nem mesmo no autocarro de regresso a gorda teve descanso...
Enfim, foi O INÍCIO da nossa história com a gorda algarvia... Em breve, desenvolvimentos com a fauna da Trigo: gorda – o reencontro; e o paneleiro da dança moderna... outro fenómeno cuja divulgação é de extremo valor acrescentado...

Portugal sub 21 nos Jogos Olímpicos: Olé! - Dizem eles.

O grau de estupefacção que me assola o espírito é tal que ainda agora não sei bem que escrever. Falo da autenticamente maravilhosa participação da, igualmente maravilhosa, fantástica, soberba e tudo o mais, selecção sub 21 de futebol nos jogos olímpicos.
Pergunta: para quem dizia que ia “arrasar”, que estava com a “confiança em alta” e “convictos da possibilidade de voltar com uma medalha”.... não era suposto ganhar? Imagino que a nossa equipa maravilha tenha descoberto uma qualquer outra maneira de chegar ao pódio pois se aquilo que todos assistimos hoje não foi um esforço para perder (sim.. perder), então não sei que diga... Incrível. Absolutamente.
Que bela imagem que os senhores doutores deixaram de Portugal... Uma enrabadela tremenda com o Iraque por 4 – 2 (equipa estreante... é preciso dizer mais? F*da-se!...), uma pseudo-recuperação com Marrocos (2 – 1, não pensem que foi show de bola...) e nova demonstração de valor com a Costa Rica com um claro e retumbante 4 – 2 (a favor dos outros, claro está...). Há que notar que a esquipa da Costa Rica não havia marcado qualquer golo às duas outras equipas do grupo... (Entende-se... os tugas, cheios de pena dos costa riquenhos decidiram deixá-los meter um golito ou outro... e depois deixaram-se enrabar.)
Vergonhoso. Absolutamente. Cresçam e apareçam...Ainda há uma dúzia de anos andavam de c*lhão para c*lhão e já querem ser estrelas..Só visto.


Barreira arquitectónica na wc do Klube

Aquando de uma das minhas frequentes idas à famosa discoteca de Vilamoura, já ultrapassada a barreira dos porteiros e aguardando vez para fazer uso dos (deveria dizer “o”, pois que no fundo aquilo não tem qualquer tipo de separação individual, que demarque o tradicional e tão necessário “eu mijo aqui, tu mijas ali.. vês a parede?”) urinóis, reparei num pormenor arquitectónico dos ditos sanitários que, se à primeira vista passa despercebido, provoca o caos à medida que a noite avança.. Será a ausência de tampos nas retretes, que impedindo que o utilizador “evacuador” ( aquele que procura a retrete com o propósito digno, embora pouco habitual, de “largar um calhau”) se assente enquanto os intestinos fazem o resto, o facto causador dos distúrbios de que falo? Não. Será a ausência de papel higiénico que faz com que uns quantos andem na discoteca exalando um odor característico do traseiro e, por vezes, no caso dos mais javardos, das mãos, o núcleo da questão que pretendo abordar? Mais uma vez, não. Até aqui, levantei dois fenómenos importantes, contudo, são ambos demasiado evidentes. O detalhe que me levou a cogitar em noite de suposto “bombanço” foi outro, bastante mais refundido. Trata-se do bocado de pedra que separa o urinol do chão propriamente dito. Eu explico. Quando um indivíduo vai a uma casa de banho para mandar uma mijinha aproxima-se do urinol, ficando o mais próximo possível do separador do mesmo para evitar sujar os pés. Até aqui tudo claro e simples. O problema no Klube é que este bocado de pedra tem, nada mais nada menos que 15 cm. 15 cm!! Ora todo o homem que é homem sabe que quando se aproxima o fim do prazenteiro acto da mijinha a potência do jacto diminui, chegando mesmo a parar antes do bochecho final que antecede o “abanão de limpeza”.. Com 15 cm a separar o tareco do recipiente do urinol, torna-se complicado manter a pontaria inicial ao fim de algum tempo. Conlusão, consoante a perícia de um indivíduo assim molha a pedra como pode atingir o calçado. Partindo do pressuposto de que a discoteca é um dos locais onde se encontra mais gente embriagada por metro quadrado, é absolutamente impossível entrar na casa de banho passada hora e meia da abertura e não encontrar o chão TODO CAGADO...
Ao sair, sacudindo o calçado, transtornado com tão infeliz fenómeno, comentei o mesmo com o Huki, que concordou de imediato comigo: “Ya pá, aquela cena de pedra é uma m*rda! Sempre que aqui venho, mijo-me todo!”...Enfim, não julgava o leitor(a) que nos incluíamos no grupo dos que consegue manter, ainda que a muito custo, o calçado limpo... ou julgava?

sexta-feira, agosto 13, 2004

PCI - II

Hoje, na minha constante demanda pela "iluuminação" (como tão bem alguns de vocês classificaram, trago mais um PCI, para que, graças a estes pequenos promenores de cultura seja mais fácil iniciar conversas aparentemente bloqueadas, ou impressionarem os vossos amigos em reuniões que invariavelmente envolvem grandes quantidades de alcool.
Começamos, então, no mesmo tom em que terminou o último PCI, com a nostalgia dos clássicos recentes da tv, desta vez focando-me no mítico Esquadrão Classe A, sobre o qual me referirei sempre na versão brasileira, a mais pura e verdadeira das versões televisionadas desta série. Descobri, por exemplo que Hannibal não era o nome do líder fumador de charutos dogrupo, mas sim a sua alcunha. Assim, em vez de um popmposo Hannibal Smith, o seu nome é, na realidade, um muito mais simples e vulgar John Smith. Continuando na senda dos nomes, chegamos ao personagem que, na minha opinião, era o mais dispensável do grupo, já que não concebia aqueles planos como Hannibal..perdão John, não tinha de ser libertado de um hospício em cada episódio para pilotar de forma suicida todos os veículos possíves, como Murdock, nem possuia uma crista mohawk, antes desta entrar na moda, tinha a constituição física de um touro, era sempre o tipo que soldava tudo (vejam com atenção, tendo de panahr um pifo e ser drogado cada vez que entrava num avião, como o B.A. De qualquer forma, a personagem de que falava é, claramente, o Cara-de-Pau, cujo verdadeiro nome era Templeton. Ainda nos nomes, chegamos a B.A. Baracus, cujo verdadeiro no é Bosco Baracus, sendo alcunha do "tanquinho" pela mãe. Mas então, caros leitores, devem estar a interrogar-se : "Mas o que diabos que dizer B.A.?!"... A resposta a isso, meus amigos, é um segredo...ou era. Esta sigla significa, na realidade, Bad Atitude, característica do sempre carinhoso e ternurento Mr. T. (cujo verdadeiro nome é, já agora, Laurence Tureaud).
Passando agora, para outroa assuntos, referirei alguns valores notáveis de bodycounts (número de mortes observadas) em filmes de Hollywood. Por exemplo, temos que o filme sem ser de guerra que detém este record é Equilibrium, com a notável marca de 236 mortos, que consegue superar, por exemplo, o Resgate do Soldado Ryan, com uns meros 206 falecidos. Em termos individuais, temos que existe um ranking dos personagens com mais mortes debaixo do cinto, dos quais se reconhecem seres como Predator, o 20º, com 37 pessoas mortas, os Knoxes, do filme Natural Born Killers, com 74 mortos, Michael Myers, da saga Halloween, com 75 mortes humanas e quatro animais, ocupando assim o 8º lugar do top. No topo desta lista temos o 2º classificado, Jason Voorhees, estrela da epopeia do 6ª Feira 13, com uns muy respeitáveis 124 mortos e um animal. No topo desta lista, temos o mais sanguinário de todos os personagens do cinema, o Alien que, embora não seja sempre o mesmo espécime, faz sempre a mesma coisa, contando assim com uns assombrosos 191 humanos e 1 animal mutilados e mortos, número este que suspeito vir a subri com a sua próxima longa-metragem cinemática.
Foi mais um PCI, até à próxima e, plagiando os senhores padres da RFM, vale a pena pensar nisto...

domingo, agosto 08, 2004

Pedaço de Cultura Inútil - I

Seguindo a política de educação das massas deste blog, decidi lançar uma nova série de posts, que tentam espalhar alguma luz sobre assuntos sobre os quais todos nós (bem, não todos mas muitos...alguns talvez...ok, só mesmo eu pronto) nos questionamos: os PCI's.
Hoje, como plataforma de lançamento gostaria de esclarecer alguns assuntos que me intrigavam desde a minha infância e, já que os fui pesquisar à net, porquê guardá-los só para mim?
Começo pelo mítico personagem da TV que, embora seja portador de uma respeitável mullet, consegue transformar um autocolismo num lança rockets, com um litro de alcool etílico e uma pastilha elástica, para além dos infindáveis metros de fita adesiva prateada. Falo de MacGyver, esse ídolo de tantos jovens nos fins dos anos 80's e princípio de 90's. A minha dúvida residia no nome; seria alcunha ou apelido e, neste caso, qual o seu nome completo. Averdade foi descoberta e o nome deste herói nascido em Mission City, Minnesota é Angus Macgyver.
Outra série que encantou uma geração foi Knight Rider, mais conhecido por cá por O Justiceiro, com as famosas dobragens Herbert Directions. Na minha procura pelo significado da sigla KIT descobri que, na verdade, se escreve KITT, que significa Knight Industries Two Thousand. Nesta busca, pisei um ninho de cobras, ao ver cair por terra um dos nomes mais míticos da história do audiovisual: Michael Knight. Descobri que este era apenas um disfarce, um alias, já que o seu verdadeiro nome é Michael Arthur Long.
E foi o PCI de hoje, mas continuarei a trabalhar e pesquisar para vos iluminar sobre assuntos sem á mínima relevância para a Humanidade.

sábado, agosto 07, 2004

Mantorras: a verdade

Á luz da recente descoberta que o período de inactividade de Mantorras, que já dura há 2 anos, se vai prolongar um pouco mais (mas o médico diz que a lesão não afecta a carreira dele...), decidi pesquisar sobre a notícia da sua apreensão no aeroporto da Portela, a qual ouvi durante as férias, não tendo tido ainda tempo para a tirar a limpo. O que vale é que o bom do Lobo Mau lá chegou antes de mim, pelo que nem vale a pena esforçarme. Esta concorrência está a deixar-me sem assunto para posts...

Tecnologia de ponta

Enquanto dava uma vista de olhos nos 30 minutos de publicidade com que a TVI nos brinda no intervalo de cada programa, reparei que, mesmo no verão os anúncios são os mesmos.
Quem visita este blog há algum tempo conhece a minha apetência por publicidade pitoresca, da qual hoje vos trago dois exemplos.
A tecnologia dos produtos de limpeza tem vindo a evoluir, desde a entrada das pessoas nas fibras, as micro-células de oxigénio, os super-agentes desinfectantes e até a poderosa fórmula do vinagre. Este ano viu despontar a mais recente inovação nesta área: o sabão tradicional, conhecido em todo o país pelo seu verdadeiro nome, Sabão Macaco. Parece que ao fim de tanta pesquisa e investimento por parte daqueles senhores de bata branca naqueles laboratórios enormes, limpos e com luzes intermitentes, quem tinha razão era a D. Gertrudes, que aos 12 anos levava a cesta da roupa até ao tanque da aldeia e sacava daquela mítica barra de sabão azul e branco, passando o resto da manhã a esfregar a dita roupida na pedra dura. Este progresso é bonito e, por este andar, posso lançar a previsão será um regresso à Idade Média, com a novo Tide - O poder de esfregar com areia.
Já que, por acaso, vim parar nesta dissertação ao Tide, gostaria de pegar aqui na minha outra observação. Reparem nos anúncios deste detergente, nos quais temos um casal de tugas que entrevista mulheres que lavam a roupa com o dito produto. Eu pergunto... porquê aquele par de jarras?? O homem parece um camponês durante a guerra civil espanhola, atarracado, com uma boina ridícula e um sotaque muito próprio de Trás-os-Montes. A mulhes, essa sim, é uma estrela. Digam-me, honestamente se ela não se parece com um travesti (bastante feio por sinal), cuja maquilhagem foi feita por um pintor com uma pistola de tinta; comparadas com esta senhora, até as desdentadas peixeira da lota de Matosinhos se parecem com modelos brasileiras. Esta escolha compreeende-se, pelo menos para mim, já que a primeira coisa que penso quando a vejo é "Só quero que as vendas destes tipos subam para poderem deixar de passar os anúncios".
Reparem nisto e tirem as vossas próprias conclusões.

Misses

Numa das minhas noites de insónia televisiva, decidi tentar assistir a um programa inteiro da Miss Universo, e reparei nalguns detalhes que fazem deste tipo de concursos acontecimentos peculiares.
A minha primeira questão prende-se com a variedade de concursos, em especial com a distinnção entre Miss Mundo e Miss Universo. Haverá mais participantes na versão universo? Teremos nós alienígenas no desfile?
Outro dos factos que me fascina é a similaridade destes desfiles com concursos de cavalos e vacas, já que basicamente, o seu objetivo e andar em linha recta, equilibrando-se sobre sapatos com saltos de 1 metro, dar uma volta e regressar à posição original, sem nunca desfazer o magnífico painel de mármore branco que transportam na boca. Outro facto a reparar é a uniformização, já que todas as candidatas têm a mesma exacta altura, um penteado semelhante, apenas sendo distinguidas pelo tom da pele, faixa que transportam ao ombro, qual coleira de cão e pelo decote do fato de banho e vestido de noite.
Outra das coisas que me fascina são os ideais e ocupação de todas elas. Variando entre estudante de Psicologia e de comunicação social. Todas elas gostam muito de crianças, ajudam os pobres nos tempos livres, e prometem lutar contra a fome, pobreza e fomentar a paz mundial... são todas boas pessoas...
Temos também uma aptidão específica, requisito obrigatório a qualquer aspirante a candidata: o sorriso Lili Caneças. Este é o sorriso que observamos quando temos os apresentadores (usualmente com um QI ainda inferior às candidatas) a chamarem uma a uma as 20 finalistas, de entre 80 e tal exemplares. As sortudas que não passam à fase seguinte, talvez por imposição do seu contrato, exibem um sorriso de orelha a orelha, aparentemente suportado por arames invisíveis, enquanto os seus olhos raiam de sangue e as suas mãos batem como se estivesse a quebrar cascas de noz, ao ver que os anos de dietas à base de relva e algodão, as semanas passadas nos ginásios, salões de beleza, ecolas primárias a desenvolver o seu vocabulário e na mesa de operações do cirurgião plástico estão a ir por água abaixo. Eu pessoalmente, gosto de ver a raiva e o ódio a acumular-se naqueles corpinhos perfeitos e apenas fico triste porque nunca se realiza o meu desejo de algum dia, uma daquelas barbies sacar da sua Kalashnikov rosa-choque e tranformar todas as outras barbies em coadores de legumes.
Assim, graças a este verdadeiro exército de clones que todos os anos desce até uma terra do gabarito do Equador ou Madagáscar, para nos brindar com um churrilho de dejá-vu's, fico satisfeito com uma certeza: qualquer que seja a escolhida, será sempre igual a todas as anteriores e, nunca me deixa hesitante, já que é sempre a escolha correcta.
Estas misses...

sexta-feira, agosto 06, 2004

Apontamento musical

Ao passar uma vista de olhos sobre outros blogs na internet, reparei na crescente tendência de começarem a adoptara música de fundo como padrão (não é para gabar mas quando pusemos a nossa quase ninguem tinha....). Assim, reparando na utilização em todos estes sites de músicas ditas normais (falo de músicas que passam na rádio, tv, etc...), mais uma vez decidimos inovar. Assim, como podem reparar, começámos a utilizar músicas mais alternativas e nostálgicas, como é exemplo a música principal dessa obra-prima do manga japonês Tsubasa.
Continuaremos a desbravar caminhos e a alargar os horizontes desta nossa blogosfera, assumindo assim o nosso papel de bastiões da cultura simeanesca, fenómeno único e caracterisco deste blog.

Palitos

É verdade....voltei a casa. Estive de férias a descomprimir de mais um ano passado de papo pró ar a pensar em coisas sobre as quais blogar (esta vida também cansa...)
É sempre giro voltar ao blog depoisas de algumas semanas de ausência e ver isto transformado num campo de batalha (gostei do despique nos comentários ao post do engate ao panuco) e pensei para mim mesmo que estava na hora de por alguma variedade (reparem que não usei o termo seriedade desta vez, porque tenho vindo a reparar que isto não é uma coisa séria, ao nível de outros blogs que nos andam praí a maldizer (não digo nomes...).
Mas bem, chegando eu à formosa terra que é Lisboa, apercebi-me que precisava de uma nova estante para o meu quarto já que, depois de abrir as janelas e acender as luzes me apercebi que tinhas mais buracos que madeira- Assim, como todo o bom tuga, meti-me no bólide e rumei a Alfragide, essa Meca dos grandes armazéns, mais especificamente à Ikea. Chegando lá, desloquei-me à secção pretendida, reparando, no processo, que a frequência daquela loja numa manhã de semana é igual à do Colombo aos domingos: 5% das pessoas vão directas ao que querem, compram e saem; 10% sabe ao que vai, mas depois de comprar decide dar uma vista de olhos ao resto. O resto da população da loja está lá simplesmente a passear ou a visitar, porque "ouviu dizer que era giro".
Mas, no meio de toda esta massa populacional, desde aqueles que olhavam apenas com desdém, dizendo para si mesmos "isto nã presta pa nada...lá em Paços de Frerreira é que se fazem móveis a sério". Outros dos espécimes presentes são os "acolhidos", aqueles que se sentem de tal forma em casa que se acomodam nas cadeiras expostas a descansar, se sentam com a família nos sofás em amena cavaqueira, ou aproveitam apenas as camas para descansar um pouco e pernoitar alguns minutos. No meio disto tudo temos o típico tuga, com o belo chinelo calçado, calção de banho vestido, camisola interior de manga à cava, cabelinho cuidadosamente cortdado no mítico estilo "Cabelinho à f*d*ss*". Todo coberto de de oiro falso, excepto o crucifixode baptismo, este indivíduo, cujo nome raramente tem mais de duas sílabas (Tozé, Cajó, etc...), porta usualmente no canto da boca um objecto que sempre me fascinou, o palito.
Esta afiada fartpa de madeira serve, supostamente, para retirar pedaços de comida que ficam presos nos dentes, algo que compreendo quando se utiliza imediatamente a seguir a uma refeição. Não compreendo, isso não, o propósito de o andar a passear na boca um dia inteiro. Será que é apenas um prolongamento da filosofia escuteira de estar sempre preparado, nunca sendo apanhado de surpresa por um pastel de bacalhau espontâneo. Pede também ser um impulso mineiro, tentando cavar atravé do dente, tentando trazer à luz do dia o chumbo que enche toda a sua dentição. A minha última explicação provém da juventude escolar, na qual, durante as aulas, o meu colega da carteira da frente se virava para trá com perguntas como "tens um compasso", ou um tranferidor ou "alguma coisa que corte", ao que a resposta era invariavelmente negativa ou resultava na oferta da chave de casa como instrumento de corte. De acordo com esta vertente, o palitador portará a sua farpa como recurso, já que a qualquer pedio pode responder: "cola não tenho...mas tenho um palito".
Espero que este post não sirva para absolutamente nada e... até ao próximo.