segunda-feira, agosto 23, 2004

Barreira arquitectónica na wc do Klube

Aquando de uma das minhas frequentes idas à famosa discoteca de Vilamoura, já ultrapassada a barreira dos porteiros e aguardando vez para fazer uso dos (deveria dizer “o”, pois que no fundo aquilo não tem qualquer tipo de separação individual, que demarque o tradicional e tão necessário “eu mijo aqui, tu mijas ali.. vês a parede?”) urinóis, reparei num pormenor arquitectónico dos ditos sanitários que, se à primeira vista passa despercebido, provoca o caos à medida que a noite avança.. Será a ausência de tampos nas retretes, que impedindo que o utilizador “evacuador” ( aquele que procura a retrete com o propósito digno, embora pouco habitual, de “largar um calhau”) se assente enquanto os intestinos fazem o resto, o facto causador dos distúrbios de que falo? Não. Será a ausência de papel higiénico que faz com que uns quantos andem na discoteca exalando um odor característico do traseiro e, por vezes, no caso dos mais javardos, das mãos, o núcleo da questão que pretendo abordar? Mais uma vez, não. Até aqui, levantei dois fenómenos importantes, contudo, são ambos demasiado evidentes. O detalhe que me levou a cogitar em noite de suposto “bombanço” foi outro, bastante mais refundido. Trata-se do bocado de pedra que separa o urinol do chão propriamente dito. Eu explico. Quando um indivíduo vai a uma casa de banho para mandar uma mijinha aproxima-se do urinol, ficando o mais próximo possível do separador do mesmo para evitar sujar os pés. Até aqui tudo claro e simples. O problema no Klube é que este bocado de pedra tem, nada mais nada menos que 15 cm. 15 cm!! Ora todo o homem que é homem sabe que quando se aproxima o fim do prazenteiro acto da mijinha a potência do jacto diminui, chegando mesmo a parar antes do bochecho final que antecede o “abanão de limpeza”.. Com 15 cm a separar o tareco do recipiente do urinol, torna-se complicado manter a pontaria inicial ao fim de algum tempo. Conlusão, consoante a perícia de um indivíduo assim molha a pedra como pode atingir o calçado. Partindo do pressuposto de que a discoteca é um dos locais onde se encontra mais gente embriagada por metro quadrado, é absolutamente impossível entrar na casa de banho passada hora e meia da abertura e não encontrar o chão TODO CAGADO...
Ao sair, sacudindo o calçado, transtornado com tão infeliz fenómeno, comentei o mesmo com o Huki, que concordou de imediato comigo: “Ya pá, aquela cena de pedra é uma m*rda! Sempre que aqui venho, mijo-me todo!”...Enfim, não julgava o leitor(a) que nos incluíamos no grupo dos que consegue manter, ainda que a muito custo, o calçado limpo... ou julgava?