terça-feira, junho 29, 2004

O som da vitória

Ainda do seguimento do link dos penaltis, ouçam a emissão da TSF dos golos de Portugal contra a Inglaterra. Olhem que compete com a histeria do Catarro no Portugal-França e quase chega as calcanhares desse senhor do comentário futebolistico histérico que é Jack van Gelden. Ouvir aqui.

segunda-feira, junho 28, 2004

Marco histórico...

Bem, não é assim tão histórico mas merece alguns festejos. É que hoje atingimos a bonita marca das 3000 visitas, o que representa um grande esforços pela vossa parte leitores, já que estimamos que o vosso número ronde as 30 pessoas, pelo que foi um esforço louvável.
Gostaria de agradecer em nome de toda a equipa do blog, aos nossos agentes, produtores, familiares, admiradores, aos membros da Academia, ao cigano que me lava o vidro do carro mesmo quando eu não quero, ao quefrô que me garante um constante fornecimento de flores enquanto estou na noite de Lisboa, aos senhores amaricanos que inventaram a internet, ao indivíduo que inventou a cerveja e a todos aqueles que, não tendo nada a ver connosco ou com o blog não merecem ser mencionados aqui.
Um bem haja para todos vós e voltem sempre.

Momentos felizes

Porque os momentos divertidos e alegrias da via são sempre para recordar, façam o gosto ao pé neste site.

A idade não perdoa...

Se pensam que ainda são jovens e gozam com aqueles que cresceram só com um canal de televisão e a ouvir musica hippie. visitem este site e descubram qual a música que liderava os tops quando nasceram...acho que isso diz muito.

Poupar tempo (ao extremo)

A “receita” que hoje apresento aos estimados leitores poderia tomar outro título, nomeadamente, “como acordar 10 minutos antes de um compromisso e ainda assim chegar a horas”. É verdade. Após discorrer aturadamente sobre o assunto, provavelmente porque em dias de “trabalho” acordo quase uma hora antes e nunca chego a horas, situação que me deixa incrivelmente irritado, cheguei à receita perfeita para maximizar o tempo debaixo de lençóis sem que isso represente falta de pontualidade. Seguem-se os passos para uma vida melhor:
1 – Ainda à noite, deixar a roupa do dia seguinte no lavatório da casa-de-banho, megulhada em perfume.
2 – Dormir de cama feita. Este passo aplica-se somente em época de calor... os minutos que se poupam não fazendo a cama, não justificam o desconforto no Inverno.
3 – Tomados os cuidados com a indumentária, segue-se a preparação do pequeno almoço. Aqui sugiro que se ponha o leite e os cereais numa garrafa na mesa de cabeceira. Assim, de manhã, quando ainda naqueles momentos de “f*da-se, ainda mal adormeci já tenho de acordar”, é pegar na garrafinha com a, agora, papa e beber tudo de uma vez.
4 – Tomar banho enquanto se “manda a bela da mij* matinal”, fazendo simultaneamente a barba. Poupam-se neste processo cerca de 15 minutos, dado que se suprime aqueles momentos agarrado à parede em frente à retrete, fazendo o esforço para abrir os olhos para não falhar a pontaria, e aqueles em frente ao lavatório para cortar o barbaçal. Para as mulheres, aplica-se a variante depilação em vez de barba. Já aquelas que recaiam sobre ambas as categorias (barba e depilação) as coisas complicam-se... A estas aviso desde já que mais vale não seguir estes passos, dado que decerto ninguém se importará com a sua falta de pontualidade...
5 – Quando já no carro, com jeitinho, passar alguns vermelhos e, caso dê jeito, seguir por vezes em sentido contrário. Na eventualidade de serem mandados parar justifiquem-se dizendo que acabaram de pôr as lentes de contacto prescritas pelo oftalmologista e ainda não se habituaram às ditas.
6 – Quando no parque de estacionamento da universidade, trabalho, ou simplesmente à porta de casa da namorada e só estejam disponiveis o lugar do deficiente e o ao lado, é de longe preferível estacionar no do deficiente. Evita-se assim encontrar pancadas, mossas e outras porradas no veículo à volta por estacionar ao lado do lugar assinalado com a cadeirinha de rodas... Por alguma razão lhes chamam deficientes....
E já está! You’re done!
Se seguirem estes passos à risca verão que com o tempo, os movimentos tornam-se mecanizados e poderão acordar cada vez mais em cima da hora.
Termino, qual Artur Albarran, com um “tenham uma boa vida”.

domingo, junho 27, 2004

Trabalho especializado...

Com o advento do Euro 2004, comecei a reparar mais nas emissões de 5 horas em directo antes dos jogos em que, não dando tempo para os telefilmes canadianos e telenovelas tugas habituais, passam toda a tarde a "encher chouriços", conceito introduzido no nosso país com as novelas da Globo, também presentes nos míticos jogos de futebol de Tsubaza.
Nestas verdadeiras maratonas de informação e entretenimento inútil, surge-me aquela que é, sem dúvida, a profissão que requer menos para ser praticada: o comentador de futebol. Não me refiro ao comentador que ralata e manda palpites durante o jogo, nem tão pouco daqueles transeuntes que são entrevistados no meio da rua sobre futebol, o que me permite tentar adivinhar e ter uma melhor probabilidade de acertar no resultado final, já que conto com a opinião pessoal de jardineiros de Óbidos, peixeiras de Matosinhos, carpinteiros da Covilhã, ou mesmo de crianças que decidem acampar à porta do estádio à espera que apareça um jornalista que possam cercar e pressionar para uma entrevista, ou melhor, pergunta sobre o resultado, a que a resposta se assemelha, caso estejamos à porta do Estádio do Dragão a: "Portugal vai ganhar 5 a 0, com tres golos do Deco e um do Figo e um do Maniche e um do Pauleta."
Estou a falar, sim, daqueles indivíduos engravatados, habitualmente referidos como jornalistas, que se sentam atrás do balcão a dar opiniões que, muitas das vezes se parecem com as da minha avó, dando cerca de 30 variações do esquema táctico da equipa anulando, assim, as hipóteses de erro. mAs os melhores comentários surgem no final do jogo, já que estes descobrem, literalmente, a pólvora. Para além de conseguirem dizer, com uma precisão clínica, quem marcou golos, levou cartões e sofreu faltas, brindam este relato com afirmações como: "Tal como eu tinha previsto", ou "eu já tinha dado a solução para vencer o jogo: correr mais, atacar bem e defender ainda melhor". Eu gosto de ver estes senhores e pensar que, se a universidade não resultar para mim, posso fazer disto. (Se até a SIC já lá tem 5 sopeiras no programa da manhã a dizer o que acham dos jogos do Euro, donde resultaram previsões brilhantes como "duvido que a Rep. Checa passe a fase de grupos" ou "A Itália está praticamente garantida na final".
Sabe bem ser informado por pessoas que, no máximo sabem tanto como eu...

sábado, junho 26, 2004

Milagres !!

No seguimento de vários posts que têm sido colocados neste blog didático, ocorreu-me hoje falar sobre os milagres que ocorrem fruto de uma grande bebedeira.
Só depois de um elevado índice de alcool no sangue é que os fenomenos seguidamente mencionados (paranormais na maior parte dos casos) se podem verificar:

1- Raparigas similares ao corcunda de Notre-Dame serem osculadas por rapaz possivelmente atraente (sinistra a forma como com os copos tudo é bonito)

2- A capacidade de arrastar pesos semelhantes a alteres de olímpiadas por parte de rapazes nada parecidos com alterofilistas romenos

3- O elevado sentimento de necessidade por parte do bebedo de arranjar porrada com todos os índividuos que aparentem ter mais de 2 metros e 110 kg

4- A facilidade permitida pelo alcool de transformar qualquer um num Zé Piruetas capaz de dançar, patinar, fazer o pino e mandar mortais em qualquer espaço público

5- Conduzir em contra mão, de marcha atrás ou sem abrir os olhos durante alguns quilómetros sendo por vezes notável que alguns conseguem realmente chegar a casa

Estes são alguns acontecimentos verificados até então e os quais têm uma relativa repetição durante noites sucessivas. Opurtunamente serão registados mais fenómenos caso se dê o respectivo registo visual.

terça-feira, junho 22, 2004

Pensos

Hoje confrontei-me, num semáforo, com um movimento que tenho visto crescer nos últimos anos: as vendas de semáforo.
Temos os mecenas, fomentadores da cultura, que nos tentam impingir a revista CAIS ou o mítico almanaque Borda D'Água.
Algo que tenho visto muito são os beneméritos, especialmente os bombeiros e membros da Cruz Vermelha que se equipam com os seus casacos corta fogo e apropriados para uma expedição antártica, apenas para se colocarem no meio de alcatrão aquecido até uns confortáveis 50º para, ensopados em suor e com o seu pitoresco odor axilar, me tentarem vender senhas para juntarem fundos para comprar ambulâncias e máquinas para o quartel (traduz-se estas "máquinas" para mesas de snooker, matrecos e máquinas de bebidas)
Por outro lado temos os higienistas, aqueles rapazes muito prestáveis, que fazem questão de, por mais limpo que esteja o pára-brisas, despejarem um balde de um líquido cinzento e nauzeabundo no nosso veículo, antes de pegarem numa escova que aparenta ter passado por duas grandes guerras, para barrarem toda a mistura que, após secar, dá uma agradável sensação de conduzir com nevoeiro.
Temos também o estrangeiro, que passa pelos nosso carros, atirando lá para dentro uma caneta, isqueiro ou penduricalho inútil, com uma nota do género "Sou de Roménia e tenho 8 filho para alimentar. Não tenho emprego. Por favor ajude minha família".
Mas os melhores são os vendedores paramédicos. Falo daqueles que surgem do nada e esfregam à nossa frente paletes de pensos rápidos, com marcas como "Ransaplast", ficando claramente insultados quando as pessoas não aceitam. Eu, pelo meu lado tenho razão já que, não estou naquele momento com o braço dilacerado e a esvair-me em sangue, procurando freneticamente algo para estancar a hemorragia. Fora este caso, apenas compro pensos para ter em casa, em caso dalgum acidente e, nesse caso, não escolho colocar na minha ferida, altamente exposta ao ar e em risco de infeção, um produto vindo das mão de um indivíduo que, por debaixo da fuligem que lhe cobre a cara, me parece ser portador de pelos menos 4 doenças potencialmente fatais.
Mas, no meio de tudo isto, o que mais me chateia è a incapacidade de aceitarem um não e continuarem a insistir, algo que, ao fim de um dia cansativo e altamente quente, me faz ponderar seriamente os artigos do código da estrada que me proibem de atropelar uma pessoa.
Se algum destes senhores lê este blog... be afraid....be VERY afraid.

sábado, junho 19, 2004

Autoestradas

É verdade, hoje decidi sair de Lisboa e, como é obvio, fi-lo através da mítica A1 (ou Autoestrada do Norte para os senhores da rádio), que possui, entre outras peculiaridades, o facto de estar permanentemente em obras ou arranjos.
Enquanto circulava, tranquilo dentro dos limites de velocidade (o máximo que o carro aguenta até começar a desintegrar-se, perdendo porcas e rebites) e, como é normal, vi a minha vida a passar à frente dos olhos por algumas vezes, desde autocarros de excursão que efectuam mudanças de faixa, ignorando o facto de eu estar ao seu lado, senhoras condutoras(não é descriminação - é factual) que decidem, numa recta e na faixa da esquerda, com todo o alcatrão à sua frente livre, travar a fundo. Já nem comento o facto de 3 holandeses sairem de um carro alugado a fumar cigarrilhas e tropeçarem na mangueira da gasolina, espalhando alguma pelo chão (ah é verdade...estava na estação de serviço de Aveiras), já me imaginado eu a viver a cena da destruição através de Napalm de uma floresta inteira, em Apocalypse Now.
Pelo meio de tudo isto, tive alguns momentos de calma, suficientes para elaborar uma constatação bastante óbvia: o tuga gosta de guiar na faixa do meio. É como se, por estar no meio, o seu ego se exacerbasse, permitindo-se a comentar, com a sua Maria, coisas como "este gajo guia que nem uma velha" ou "já pensaste em comprar um carro sem ser a pilhas", para os condutores que circulam na direita, podendo, ainda mais, comentar aqueles que circulam pela esquerda, classificanso-os como "maníacos" ou "o c*br*o do acelera" ou até "havias de te estampar na primeira curva filho da p*ta", já que levam o facto de serem ultrapassados como uma questão pessoal, encarando isso como um insulto.
Temos, no entanto, os momentos de MT (Morbidade Tuga), em que todos os condutores imediatamente reduzem a velocidade para 60 Km/h, quando ao longe avistam uma sirene de emergência, ou 40 Km/h quando se avistam chamas e fumo a sair de um automóvel, já que a probabilidade de feridos graves e/ou cadáveres aumenta consideravelmente nestes casos.
Ser português é ser especial, diferente...que bom é ser tuga!

quarta-feira, junho 16, 2004

Ajudem o astronauta

"From: Dr. Bakare Tunde
Astronautics Project Manager
National Space Research and Development Agency (NASRDA)
Plot 555 Misau Street
PMB 437 Garki, Abuja, FCT
NIGERIA
Dear Sir,
REQUEST FOR ASSISTANCE-STRICTLY CONFIDENTIAL

I am Dr. Bakare Tunde, the cousin of Nigerian Astronaut, Air Force Major Abacha Tunde. He was the first African in space when he made a secret flight to the Salyut 6 space station in 1979. He was on a
later Soviet spaceflight, Soyuz T-16Z to the secret Soviet military space station Salyut 8T in 1989. He was stranded there in 1990 when the Soviet Union was dissolved. His other Soviet crew members returned to earth on the Soyuz T-16Z, but his place was taken up by return cargo. There have been occasional Progrez supply flights to keep him going since that time. He is in good humor, but wants to come home.
In the 14-years since he has been on the station, he has accumulated flight pay and interest amounting to almost $ 15,000,000 American Dollars. This is held in a trust at the Lagos National Savings and Trust Association. If we can obtain access to this money, we can place a down payment with the Russian Space Authorities for a Soyuz return flight to bring him back to Earth. I am told this will cost $ 3,000,000 American Dollars. In order to access this trust fund we need your assistance.
Consequently, my colleagues and I are willing to transfer the total amount to your account for subsequent disbursement, since we as civil servants are prohibited by the Code of Conduct Bureau (Civil Service Laws) from opening and/ or operating foreign accounts in our names.
Needless to say, the trust reposed on you at this juncture is enormous. In return, we have agreed to offer you 20 percent of the transferred sum, while 10 percent shall be set aside for incidental expenses (internal and external) between the parties in the course of the transaction. You will be mandated to remit the balance 70 percent to other accounts in due course.
Kindly expedite action as we are behind schedule to enable us include downpayment in this financial quarter.
Please acknowledge the receipt of this message via my direct
number 234 (0) 9-234-2220 only.

Yours Sincerely,
Dr. Bakare Tunde
"

Recebi este mail hoje. A estes é que eu, de boa vontade, dava o meu dinheiro, só mesmo pela originalidade.

Motivação



Para quem diz que falta motivação à selecção nacional...aqui vai mais uma ajudinha.

Links...

Sabem aquela vozinha que surge quando estamos em aeroportos e supermercados, que diz coisas do género "Pancrácio Tobias diriga-se às informações? Estes tipos decidiram fazer disso algo divertido.
E se já agora duvidam que as músicas dos Nickelback são todas idênticas, vejam isto.
O que hoje em dia se encontra na Net...

terça-feira, junho 15, 2004

Mulheres...

As mulheres são seres especiais. A sua beleza colore a nossa vida e alegra os nossos dias. No entanto, são também muito peculiares.
Falamos de pessoas que, ao dar à luz, cometem a proeza de conseguir fazer passar algo do tamanho de uma cabaça num orifício não maior que uma alperce (o que, no caso de um homem seria o mesmo que enfiar uma nêspera (ou magnório para os visitantes de acima do Douro) pelas suas fossas nasais.
Estas criaturas, na plena posse de todas as suas faculdades físicas e mentais, sujeitam-se a situações típicas de cercos medievais, ao despejarem cera a ferver nas pernas que, ao solidificar, arrancam num movimento repentino que me deixa honestamente arrepiado. Com o tempo, vieram nosvas tecnologias, como a electrólise, onde cada pêlo tem basicamente a sua própria cadeira eléctrica, ou o laser em que basicamente se aponta um feixe de luz altamente aquecido às pernas para retirar as ditas pelusidades (isto faz-me sempre lembrar a mítica cena de quase-morte de James Bond em "Goldfinger").
São também seres que escolhem transportar uma saca aos ombros, totalmente carregada de produtos, na sua maioria inúteis, ou réplicas daquilo que as mulheres têem em casa, mas em "tamanho de viagem", e material cosmético suficiente para efectuar uma simples operação plástica ou trabalho de pintura automóvel.
Certo que existem muito mais elementos estranhos nas mulheres, quero por agora chegar ao âmago deste post: Alguém que consegue fazer passar objectos em cavidades corporais dez vezes mais pequenas, escolhe torturar impiedosamente as suas pernas e decide carregar um peso semelhante ao do lastro de um submarino nuclear debaixo do braço... Como é que elas ainda entram em pânico quando vêem um escaravelho?!?
Perdoem-me senhoras se as insultei, mas têem que admitir que tenho alguma razão...

domingo, junho 13, 2004

Matemática - Camões Style

Professor Cabrinha digo, verdadeiro
Açoute de Católicos estudantes
Como já o fero Huno o foi primeiro
Pera tantos outros tratantes.
Outro também, famoso engenheiro,
As práticas dá do cadeirão,
Falta a falta, qual muro de pedreiro
Se vão dando passos pera a exclusão.

Estavam pelas paredes, temerosos
As mãos de medo quase frias
Rezando, relaxados e estudiosos
Prometendo jejuns e romarias
Já chegam as esquadras belicosas
Defronte das immigas companhias
E todos grande dúvida concebem.

Respondem as vozes mensageiras
Pífaros sibilantes e atambores;
Vigilantes apontam as cadeiras
Que só de vistas dão dores
Era a época de matemática
Esforço porventura último à disciplina
Frequência decisiva e dramática
Para quem com chumbos não atina.

Deu sinal a trombeta da semana,
Horrendo, fero, ingente e temeroso
Ouviu-o o monte Artabro, e Guadiana
Atrás tornou as ondas de medroso
Ouviu o Douro e a terra Transtagana;
Correu ao mar o Tejo duvidoso;
E os alunos que o som terribil escuitaram
Ao coração os neurónios apertaram.

Quantos rostos ali se vê sem cor
Que ao coração acode o sangue amigo!
Que, nos perigos grandes, o temor
É maior muitas vezes que o perigo.
E, se o não é, parece-o, que o furor
De passar e vencer o duro immigo
Faz não sentir que é perda grande e rara
Do curso perdido, da vida cara.

Começa-se a travar a incerta guerra:
Escrevem canetas por toda a sala
Uns leva a procura de boa nota
Outros a esperança de somente ultrapassá-la
Logo o grande Cabrinha, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
"Mais de metade aqui encalham" lança o repto
"Não aceita o facto, sai directo!"

Já pelo espesso ar os silenciosos
Pensamentos, derivadas e outras contas voam
Debaxo dos pés duros dos nervosos
Estudantes treme a terra os vales soam.
Espedaçam-se limites e derivadas, os fervorosos
Alunos fazem contas de subtrair
Decrescem precedências a matemática
Só por causa da equação quadrática.

Aqui a fera batalha se encruece
Com mortes, gritos, choro, narinas assoadas
A multidão de gente que perece
Tem as flores da própria cor mudadas.
Já as costas dão à resolução que aparece
Eles mudos, elas transtornadas
Rende-se um ou outro gato pingado
Movem-se multidões por um macaco revoltado.

A sala vão deixando ao vencedor,
Contentes de lhe não deixar a vida
Seguem-se os que ficaram, e o temor
Lhes dá, não pés, mas asas à fugida.
Encobrem no profundo peito a dor
Da exclusão, das horas de estudo dispendidas
Da mágoa, da desonra e triste nojo
Por a MATEMÁTICA triunfar de seu despojo.

sábado, junho 12, 2004

I'm DEFINITELY NOT in love with a pop star

Decerto os amantes de literatura ("realista"?) de casa de banho, aquilo que no tempo d'Os Maias Alencar dizia ser um "enxurro de cloaca" sendo que todo o adepto de cultura séria não deveria fazer mais que "arregaçar as calças" para que se não sujasse, já perceberam qual o livro de que pretendo aqui falar. Digo livro porque outra palavra que melhor adjective o novo fairy tale de M.R.P (o anonimato para esta autora deveria ser sagrado...)não me ocorre.
Não queria de modo algum ser crítico relativamente à obra destes autores que trabalham arduamente para escrever aquilo que denominam romances e que, afinal de contas, mais não fazem senão ajudar-nos a ultrapassar qualquer problema de prisão de ventre que possamos ter. Efectivamente, não sou médico nem acunpunturista, mas estou convicto de este tipo de literatura será o laxante do séc. XXI. Atentemos nalguns pormenores que me parecem dignos de menção:
- as incoerências no uso da linguagem.... tão depressa encontramos m*rda e c*brão como "peito" em vez de mamas ou t*tas;
- a utilização do vocábulo "pralá" em mais de metade das páginas que constituem o dito livro. É uma pequena contribuição da autora para o enriquecimento do léxico português.. Quando se pretender incluir o "pralá" no dicionário ter-se-á de lhe perguntar o que quer dizer, dado que não me parece que mais alguém esteja familiarizado com a dita palavra;
- "Como não estava muito frio, demos uma volta a pé a seguir ao jantar e eu senti-me como peixe na água, falando um inglês pralá de despachado e quase sem erros, como compete a uma rapariga que tem jeito para línguas e quer ir longe na vida." Mas o que é que é isto afinal?!?
Mais, deixo-vos com a seguinte pérola:
"(...) Com a agravante de, quando se entusiasmava, punha-se a gesticular com a faca no ar, de tal forma que só por milagre não me foi parar um bocado de carpaccio ao olho direito, o mesmo que acabou por fazer uma aterragem forçada na minha salada de parmesão e rucola que é uma espécie de agrião mas em fino, um upgrade de agrião, ou seja, um agrião com vista para o mar. (...)"

A partir do exposto decerto se perceberá o porquê da minha opinião... Qual é a pessoa que ao sentar-se no belo do "trono" com vista a "evacuar" o almoço, e pegando num livrinho destes para distrair os olhos enquanto as restantes partes anatómicas fazem o resto, consegue permanecer mais de 2 minutos na casa de banho?!? Das duas uma: ou "trata de tudo" e foge do local antes que o trauma se torne irreversível ou morre de hemorragia interna por rebentamento de veias e artérias, com a força que faz para despachar o serviço...

Está Dormindo ???

A poucas horas do início do europeu de futebol a realizar nesta grande nação que é o nosso Portugal, é sempre bom recordar e dissertar um pouco sobre alguns dos que ajudam a construir um tugal melhor.
Esquecidos em detrimento de Ucranos e Africos têm ficado os jovens provenientes do país irmão de além mar - o Brasil. Quem é que já não se deparou com o Jerson empregado de café ou com o Fabinho fritador de batatas no MacDonalds ?? Pois bem estes índividuos têm estado num crescente, facto que me leva a contar a triste história passada com um sujeito meu conhecido.

Encontravam-se conhecidos meus numa fatídica odisseia Malveira-Ericeira, quando chegando ao destino questionam-se sobre a localização exacta da discoteca "Ouriço" .. vendo um sujeito na rua com ar de Maria Madalena, calça justa e pele tratada perguntaram ingénuos onde ficava o local de diversão. Este (índividuo brasileiro que trazia um novo conceito à palavra Gay) aproximando-se do carro e vendo que o meu conhecido tinha adormecido no banco de trás durante a viagem exclama surpreendido com ar maternal "Vocês vão pró Ouriço ... poxa vida .. mas o gatinho aí atrás está dormindo !! como querem ir com o gatinho dormindo ?"
Disparatado será dizer que arrancaram violentamente a marcha perante o choque traumático que deve ser ouvir comentário tão másculo ... o rapaz que ía a dormir nunca esteve tão perto de perder os 3 ... os 3 de trás não os da frente.

Não sei se será do calor que se sente por aquelas bandas, mas brasileiros não me convencem muito. Aquelas tanguinhas que muito gostam de usar na praia, aquele gosto pelo culto do corpor masculino e aqueles nomes .... demonstram uma profunda aptência para pegar por trás. Pegando num chavão utilizado pelo PNR utilizado na sua (rídicula) recente campanha para as europeias - Temos de acabar com a imigração abixanada - trocando esta última palavra que pelos amantes de Le Pen utilizam "descontrolada".
Venham os Yuris e os Matumbos vão os Jersons e os Claudios.

sexta-feira, junho 04, 2004

Desporto à americana

Estava, um destes dias, a fazer o meu express-zapping (aquele no qual o dedo é colocado no botão de passar os canais e apenas sai quando se vislumbra uma forma feminina a descoberto), quando alguém passou à frente da televisão, quebrando o fluxo de infra-vermelhos, deixando esta no canal Sky News. Decidi ver um pouco, já que se tratava duma entrevista a pessoas inglesas sobre as suas impressões e planos para o Euro 2004. Tudo corria bem até ao momento em que foi entrevistado um turista americano que afirmou que o futebol era um desporto "para maricas".
Eu achei isto bastante iluminador, especialmente vindo de alguém cujo país se movimenta ao sabor de 4 desportos: Basebol, Basquetebol, Hóquei no gelo e futebol americano.
O primeiro, o basebol, resulta da capacidade americana de aprender cricket, saindo dai um desporto que ninguém, excepto eles e os cubanos quer jogar. Depois temos os basquetebol, um desporto para homens de barba rija, em que uma chapada na mão ou encosto equivale a uma falta e paragem de jogo.
Temos também o hóquei no gelo, onde cada jogador sai para o ringue com mais armadura que um cavaleiro medieval, nunido de um capacete à prova de bala, para já não falar da lança que usam para acertar no disco e o par de facasque levam por debaixo das botas.
Depois temos o meu preferido, o futebol americano (nome curioso já que é a parte do corpo com que menos vezes se joga isto). Aí temos, no máximo, jogadas emocionantes de 30 segundos, em que jogadores que pesam o mesmo que arcas frigoríficas se dopam até às orelhas para estarem numa linha a empurrar outros jogadores, 1 metro à sua frente (digamos que não é uma posição que exiga muita creatividade). Temos também os outros jogadores que correm e se mexem, donde resultam jogadas do tipo: "Tobias recebe a bola e recua...vira-se, espreita e atira a bola...a bola vai...vai...vai...e é agarrada por Pancrácio que avança...e é placado por Jeremias...o jogo pára...intervalo publicitário de 2 minutos". As pessoas pensam que é como nos filmes mas esquecem-se que na maioria dos filmes sobre futebol americano, a duração do filme é inferior à duração de um jogo completo que, desde que começa até que acaba, dá tempo para um jogador sair de campo, sujeitar-se a um transplante de coração e voltar a tempo do intervalo. Digamos também que se um destes jogadores fpsse envolvido num acidente de carro, com o seu equipamento completo, ficaria em melhor estado que o boneco da Michelin, tal é a quantidade de proteções que ata ao corpo.
Depois o futebol é que é para maricas....por favor.

quinta-feira, junho 03, 2004

Conversa de café

No outro dia saí à rua e sentei-me numa esplanada a pensar no que haveria de escrever no meu próximo post. Nõa precisei de esperar muito até que duas raparigas se sentassem na mesa do lado e começassem a dialogar com o volume no máximo. No meio da conversa (que por acaso foi altamente intelectual), uma dela sai-se com a seguinte afirmação:
- Ai, eu fui ver o Tróia ontem. Bem o Brad Pitt tem ca um traseiro...
- Então o que achaste do filme?
- Gostei, é muita giro. Só achei um bocado estúpido ele ter morrido no fim.
Eu ouvindo isto, paguei a minha conta, afastei-me uns metros e, virando a esquina proclamei "PORQUE!?!?"
Esta rapariga, provavelmete, foi daquelas que foi ver a "Paixão de Cristo" e ficou à espera até ao último momento que a cruz se partisse, ou que aparecesse a cavalaria para salvar Jesus.
Minha gente...seriedade

terça-feira, junho 01, 2004

Punks

Se há coisa que eu não aprecio são os punks. Antigamente esta gente ainda tinha a originalidade de ter umas cristas da cor do arco-íris, uns brincos e umas tatuagens ousadas ... eram outras épocas nas quais isto era chocante para a sociedade mas ao mesmo tempo novo e divertido. Contudo os anos 70 já lá vão e esta praga tomou medidas drásticas de forma a não perder o protagonismo de outras alturas. Estava eu alampado estrategicamente posicionado de forma a poder observar as belas hospedeiras da KLM que ás 2 horas da madrugada dão entrada no aeroporto da Portelo quando me taparam a vista quatro "pessoas ????" vestidas de preto dos pés à cabeça. Antes demais gostava de aqui explicitar que ANDAR DE PRETO NÃO É GIRO, a menos que se vá a uma cerimónia fúnebre que não me pareceu ser o caso, segundo ponto, uma rapariga ter o cabelo todo rapado menos na franja e nas patilhas e pintar esses tufos restantes de cabelo de vermelho vivo também não é bonito e atraente, e para finalizar um homem usar o cabelo encaracolado até ás bordas do rego com um rabo de cavalo também não prima pelo bom gosto.
Para mais, todos eles ostentavam as sobrancelhas originalmente pintadas de PRETO. Pois bem, perante isto tornei-me momentaneamente católico e rezei tres vezes o Padre Nosso visto terem-me atravessado a mente a folia que aquele grupo de servos do Belzebu deveria ter tido momentos antes dentro de um galhineiro nas redondezas onde até os consigo imaginar de foice e motoserras numa autêntica orgia sanguinária.
Punks do passado unam-se, regressem ao vosso look galinácio, à vossa música de intervenção e acabem com esta gente que mete medo a qualquer defunto.