sábado, junho 19, 2004

Autoestradas

É verdade, hoje decidi sair de Lisboa e, como é obvio, fi-lo através da mítica A1 (ou Autoestrada do Norte para os senhores da rádio), que possui, entre outras peculiaridades, o facto de estar permanentemente em obras ou arranjos.
Enquanto circulava, tranquilo dentro dos limites de velocidade (o máximo que o carro aguenta até começar a desintegrar-se, perdendo porcas e rebites) e, como é normal, vi a minha vida a passar à frente dos olhos por algumas vezes, desde autocarros de excursão que efectuam mudanças de faixa, ignorando o facto de eu estar ao seu lado, senhoras condutoras(não é descriminação - é factual) que decidem, numa recta e na faixa da esquerda, com todo o alcatrão à sua frente livre, travar a fundo. Já nem comento o facto de 3 holandeses sairem de um carro alugado a fumar cigarrilhas e tropeçarem na mangueira da gasolina, espalhando alguma pelo chão (ah é verdade...estava na estação de serviço de Aveiras), já me imaginado eu a viver a cena da destruição através de Napalm de uma floresta inteira, em Apocalypse Now.
Pelo meio de tudo isto, tive alguns momentos de calma, suficientes para elaborar uma constatação bastante óbvia: o tuga gosta de guiar na faixa do meio. É como se, por estar no meio, o seu ego se exacerbasse, permitindo-se a comentar, com a sua Maria, coisas como "este gajo guia que nem uma velha" ou "já pensaste em comprar um carro sem ser a pilhas", para os condutores que circulam na direita, podendo, ainda mais, comentar aqueles que circulam pela esquerda, classificanso-os como "maníacos" ou "o c*br*o do acelera" ou até "havias de te estampar na primeira curva filho da p*ta", já que levam o facto de serem ultrapassados como uma questão pessoal, encarando isso como um insulto.
Temos, no entanto, os momentos de MT (Morbidade Tuga), em que todos os condutores imediatamente reduzem a velocidade para 60 Km/h, quando ao longe avistam uma sirene de emergência, ou 40 Km/h quando se avistam chamas e fumo a sair de um automóvel, já que a probabilidade de feridos graves e/ou cadáveres aumenta consideravelmente nestes casos.
Ser português é ser especial, diferente...que bom é ser tuga!