quarta-feira, setembro 15, 2004

Telemóveis no cinema

É verdade, hoje debruço-me sobre esse flagelo que são os toques de telemóvel no cinema. Eu não critico que ninguém (nem mesmo eu) ignore o aviso para desligar o telemóvel no início do filme mas espero, isso sim, que o ponham no silêncio. Ontem decidi ir ver o Terminal (que aproveito para recomendar), a uma das salas do Colombo. Estamos nós a meio do filme, toca o telemóvel, ainda para mais com uma melodia que, se a memória não me engana, era um sucesso musical de Dino Meira. A senhora em questão (não é machismo, é realidade), primeiro optou por ignorar os dois primeiros toques. Depois, quando começou a sentir o ódio visceral que emanava de todas as pessoas na sala, enfiou todo o seu braço dentro da mala e começou a remexer. Três toques passados, pegou no telemóvel e, com toda a calma de quem aparenta estar numa esplanada, pôs-se a mirar o visor do bixo, tarefa que levou mais 2 toques. Por fim atendeu e toda a sala suspirou de alívio. Eu, que estava quase imediatamente à frente da senhora, pensei para comigo que ouviria um "Tou no cinema...depois ligo-te". Erro crasso. A madame atende com um cordial"olá...então, tudo bem?"...continuando a conversa com o que presumo ser uma amiga durante uns bons 10 minutos. Eu que sou uma pessoa algo rancorosa e vingativa, deixei-me estar até ao final do filme. No momento de me levantar, acidentalmente, o meu balde de pipocas Jumbo, ainda meio cheio, tombou para trás, caindo em cheio dentro do saco da mulher a quem eu, hipocritamente pedi desculpa e segui a minha vida, mais contente comigo mesmo porque, para além de me vingar, poupei-me de ingerir as 3000 calorias que ainda lá estava em pipocas.
Eu sei que isto não foi uma atitude bonita, mas há alturas em que o diálogo não resolve nada.