terça-feira, julho 13, 2004

A verdade sobre a FDL

Queria, antes de mais nada, pedir as minhas desculpas pela demorada ausência. Acontece que quando um indivíduo vai para uma casa onde, olhando para o frigorífico e para a despensa, em 100€ de compras a única coisa sólida é um melão e 100g de presunto, volta com o cérebro meio encalhado...

Adiante. Venho hoje revelar toda a verdade acerca da Faculdade de Direito de Lisboa. Estranho? Efectivamente, não frequento a universidade. Contudo, é ,por vezes, uma visão de fora que vem esclarecer as coisas, pois que os alunos da faculdade tenderão a ser algo parciais (tanto no bom, como no mau sentido), como terão oportunidade de constatar.
Há dias decidi fazer uma visitinha ao local.
Comecei por reparar que o parque automóvel era definitivamente efeminado, situação que tanto pode ser boa como muito má... mas é um bom indício normalmente. Entro e fico de imediato na dúvida: com tanto carro lá fora não há ninguém cá dentro? Avistava somente 3 "meninas" anotando classificações com óculos de lente "fundo de garrafa", saias de xadrez, camisa branca e uma de gravata preta, todas com ar de quem se tinha cortado a fazer a barba de manhã... Não encontrando as datas que ali fora procurar, decidi perguntar à recepcionista, que me tomou como aluno da instituição. Não querendo desmanchar a farsa fiz de conta que havia percebido todas as indicações que me dera. Não podia ter escolhido pior rumo de acção. Como só apanhei a palavra bar, de toda a carrada de nomes, pisos e locais que a recepcionista despejara, virei logo na primeira à direita a seguir ao cúbiculo que era a recepção para não permanecer no ângulo de visão da senhora por muito mais tempo. De imediato a senhora abre a porta e grita no meio do átrio: "Não é por aí!! É na próxima!!". Tal berro deu lugar a olhares de reprovação de professores e demais transeuntes, promovendo mesmo o belo do comentário da parte das "irmãs pêra e bigode": "Vê-se mesmo que nunca pôs cá os pés... Incrível."
Depois de uma fuga estratégica, encontrando-me agora no bar, já mais o meu estilo, pedi um café e inspecionando "fronhas, prateleiras e cricas" duvidei que houvessem espécimes agradáveis à vista, facto que comentei com o Huki por mensagem escrita, que ele confirmou. Contudo, sabendo eu das 7 MAGNÍFICAS (6 são efectivamente do sexo feminino, segundo consta... NÃO PERGUNTEM!!) resolvi permanecer ali por mais um pouco. Foi a melhor atitude a tomar. Não haviam passado 5 minutos já eu via bem e do bom. Para terminar em beleza encontrei duas "meninas" que conheço... Acompanhei-as à secretaria, onde para pedir uma fotocópia dum exame me recambiaram para a tesouraria, que eu não fazia ideia onde era. Sem querer fezei a caneta das fotocópias. Quando lá voltámos, depositei a caneta como quem não quer a coisa e fui ter com a menina da "rosita" ( :D ) que refilava por 2 valores no exame. De novo fui pedir uma caneta para preencher mais uma requisição...Seguiu-se o seguinte diálogo: "Não me arranja uma caneta s.f.f?" "O quê?" "Podia arranjar-me uma caneta, s.f.f.?" "Uma vinheta? Isso é na tesouraria!" "Não, uma CANETA por favor!" "Informações? Isso é no guichet ao lado!" Foi só com a ajuda preciosa de duas meninas que lá estavam que voltei com o instrumento de escrita pretendido...
Enfim, uma manhã passei eu na Faculdade de Direito de Lisboa e não fossem os aviões e demais pássaros que avistei ouvir-me-iam agora exclamar: Tão prestes não voltarei! Uma faculdade com potencial...algumas particularidades... mas com potencial.