segunda-feira, julho 19, 2004

Guincho - Party Scene? HELL NO!

Este post vem a propósito da tão publicitada festa no Guincho, que teve lugar no local do bar com o nome da praia, sexta-feira passada...
Dizia-se que ia ser algo semelhante à festa que houve no tamariz.. grande bombanço, bebida abundante e crica com fartura. Pois eu, que me deixei convencer por um “merceeiro” meu conhecido, posso desde já confirmar que esta “festa” foi, sem qualquer sombra, margem ou ponta de dúvida aquilo que na gíria se designa por “autêntico fiasco”. Efectivamente, foi-me enfiado o proverbial e realíssimo barrete que, em conjunto com a barracada com a festa do hip hop na kapital, destruíu por completo a minha semana. Passemos então à descrição desta maravilhosamente terrível noite de festividades...
22:00 – “Xeko, tou a sair pra te apanhar.” “Não!! Não faças isso!! Não te desgraces!! Adormeci! Ainda tenho de tomar banho e jantar!!”
Como se pode constatar, a noite começou de um modo que se vem tornando habitual...Bom indício....
23:30 – Recolhidos os dois elementos que me acompanharam (na ida) nesta verdadeira odisseia damos início ao percurso de autoestrada que nos levaria até ao Guincho.
23:40 – Por telefonema, chegamos à conclusão que ainda é muito cedo para chegar ao Guincho. Resolvemos dar uma saltada a esse labirinto automobilístico que são as ruas de Cascais, já de si uma aventura digna de ser ponto alto de qualquer noite... Mas as estórias de Cascais ficam, quiçá, para outro post.
23:45 – Cascais – Bar Ponto Final
Tempo para umas jolas antes de chegarem os (bastantes) elementos femininos da nossa excursão.
00:20 – Problemas na comunicação do local onde nos encontramos. A culpa é dos Cascalenses... Quem é que tem a bela ideia de chamar um centro comercial Cascais Villa e a outro estabelecimento comercial nas redondezas Villa Cascais?!?
00:40 – Chega o resto da tropa. As “malucas” trazem uma garrafa de ginginha para o bar e pedem copos com gelo para a beber.
00:42 – A caminho do Guincho. Nós, os homens, não aguentámos a vergonha de permanecer no local.
00:56 – Já perto da praia do guincho. O meu bote, pressionado pelo peso tremendo de 3 pares de tomates no seu interior, fica atascado num banco de areia.
00:57 – Resolvido o problema. Procuram-se lugares para estacionar a sensivelmente 3 km do local da festa.
01:20 – Chegada ao local. DESLUMBRAMENTO TOTAL. Afectam-nos problemas de visão: as luzes são uma m*rda e o vento transporta toneladas de areia. Até à altura, nunca eu tinha chegado a uma festa já com a sensação de estar IMUNDO, do mesmo modo que nunca tinha estado numa festa ao ar livre (exceptuam-se os concertos e demais festivais) em Portugal... muito menos na zona mais ventosa deste país à beira-mar plantado!! Ficamos todos parvos ao ter de pagar 6 € para sair do parque de estacionamento e entrar na zona de estacionamento privativo, convertida em dance floor para a noite.
A fase de estupidificação total surge quando a música é interrompida para se proceder a uma passagem de modelos alusiva ao novo catálogo de mochilas da Eastpak. Impõe-se a pergunta: Numa festa que tem lugar num local tão inóspito quanto o Guincho, onde só se pode chegar de carro e, como tal, sugere que a maioria do pessoal que lá vai já não tem necessidade de uma mochila com flores e riscos de todas as cores possíveis, que género de diarreia mental terá ocorrido aos responsáveis de marketing desta marca?!?
Por outro lado, os 2 € por imperial, conjuntamente com a total ausência de ATM’s, limitou profunda e irremediavelmente a busca de uma réstia de felicidade e divertimento por parte de muito boa gente que lá andava...
Posto fora que havia sido o Dj de “aquecimento”, entra um outro que durante toda a noite se limitou a por discos tipo “Olá Love 2 Dance” (exemplo de uma excelente festa), “Now Dance 2004” ou mesmo “Dance Smash Hits 2004”... Se era para isso mais valia terem falado comigo, que cobrava muito menos e, definido o alinhamento das músicas até ao fecho, me punha a andar daquele antro...
Enfim, terminado o martírio voltei para casa, por volta das 7 da matina... Lacrimejando abundantemente na autoestrada para Lisboa, consciente que estava da gasolina a menos no depósito, dos quase 20€ a menos no bolso, do carro cagado depois de 24h passadas desde que o lavara, bem como dos problemas auditivos e visuais que decerto advirão de tão prolongada exposição a largas manifestações de mau gosto..
CLARAMENTE, A PIOR FESTA DE SEMPRE!
 
Queria deixar aqui o apelo: A empresa responsável por esta desgraça é a Kascais Social ao que parece. Como tal, sempre que virem um automóvel com o logotipo dessa cambada de pelintras e intrujões, furem um pneu e lembrem-se: podem ter evitado que mais uma c*ralhada como esta tivesse lugar ao fazê-lo.