terça-feira, maio 25, 2004

O amor está no ar...

Continuando a minha epopeia de visionamento de televisão absurda, parei no canal 27, a mítica MTV Portugal, que é basicamente igual à antiga, apenas com mais hip-hop e videoclips das Nonstop. Mas não é disto que eu vos proponho falar hoje, mas de um programa que, realmente me deu outra prespectiva sobre amor, relacionamentos e amizade, à meneira americana - MTV's Dismissed.
Passado geralmente naquele bastião da juventude culta americana que é a Califórnia, este programa consiste num par de rapazae ou raparigas que lutam para conquistar um indivíduo do sexo oposto (já não deve faltar mutio para a versão homossexual). Ora, eu não sou propriamente um Don Juan com as senhoras mas penso que, com estes programas estou a aprendeer coisas novas, como por exemplo uma rapariga que, estando a ser disputada por dois rapazes, passou metade do dia numa performance de malabarismos com pénis, sobrando para a noite uma coisa mais romântica, um bar aberto de cerveja e barbecue, com vista para um espectáculo de Monster Trucks. Mas, nesta situação (2 homens e 1 mulher) que o programa descamba logo no início, já que temos indivíduos que, na sua apresentação se introduzem como entrepeneurs o que, traduzindo, nos diz que estão a receber subsídio de desmprego ou trabalham num McDonald's sendo todo o seu salário estourado no ginásio.
Mas o apogeu deste programa atinge-se quando s papéis se invertem e passamos a ter 2 raparigas a disputar um homem, normalmente bastante "alternativo". A certas alturas, o homem pergunta coisas do género "qual foi a coisa mais atrevida que fizeste com um rapaz" ou "até onde vais num primeiro encontro". Aqui verifica-se a separação do trigo e do joio, com respostas como "já tive relações numa cama de hospital com três homens ao mesmo tempo" ou "eu gosot é de dar prazer aos homens, o mais cedo possível" a garantirem um apuramento directo com, do outro lado, respostas tipo "entreguei o meu corpo a Cristo", "quero ser virgem até ao casamento" ou, para mim a melhor "o máximo que te daria era um beijo na cara". Agora pensemos; será que estas raparigas foram para um programa onde o requisito para os elementos masculinos é ser capaz de trocar o pneu de um carro sem um macaco hidráulico, ser capaz de abrir uma garrafa de cerveja com os dois dentes incisivos e nunca, mas nunca, ter o QI acima de 30, à procura de um rapaz honesto e de boas intenções, para um relacionamento platónico e puritano? Não sei.
Depois, temos aquelas perguntas do género "o que gostas mais num homem?" que são, inevitavelmente seguidas por uma descrição exacta e elogiosa do indivíduo que a faz, do género "gosto de homens que não tenham os dedos todos" ou "acho que ter dois olhos é muito sobrevalorizado" ou até "gosto de homens que me façam lembrar os meus animais de estimação na minha quinta no Kentucky.
Isto sim, é amor de verdade, fulminante e à primeira vista (ou talvez apenas um modo de juntar homens com o cio e mulheres lascivas e fáceis (ou vice-versa), já que estas são demasiado tímidos para se conseguirem conhecer sem ter uma câmara e um holofote apontados à cara.