quinta-feira, maio 13, 2004

A herança do Champas

Faleceu há dias António Champallimaud, contando 86 ricas (na verdadeira acepção da palavra) primaveras. Por outras palavras, o 157º (de acordo com a Forbes) homem mais rico do mundo (indiscutivelmente aquele com mais “pilim” neste recanto europeu que é Portugal) deu o badagaio. Deixa este Tio Patinhas do Portugal moderno uma herança de uma importancia vital para a economia.
Perguntará o leitor: Mas oh Gildo, o que tem o cú a ver com as calças?
Elementar caros amigos. A questão encontra o seu busílis na legislação que estabelece os preceitos relativamente às heranças. Não queria decerto a família Champallimaud ficar de posse dos pertences do seu homem forte sem mais nem menos. Era só o que faltava. Logicamente, como defensor dos interesses dos cidadãos, o Estado, mais cedo ou mais tarde, irá apropriar-se de uma maquia substancial da herança do senhor. Ora tal resultará num fluxo de entrada nos cofres Estatais superior àquele que adveio do ouro de salazar nos tempos de guerra.
Saltêmos, portanto, de alegria, pois não teremos de nos preocupar com o incumprimento dos critérios de convergência da União. Qual défice qual quê! Este ano, a receita extraordinária proveniente do imposto sobre a herança Champallimaud permitir-nos-á decerto, apresentar não deéfice, mas sim superavit!
Roam-se os restantes membros da UE de inveja, já que a nossa Manuela não se cansa de esfregar as mãos.... e com razão....
Congratulê-mo-nos Portugueses pela felicidade do legislador que definiu as perticularidades da hereditariedade. Por muitos anos que hão-de vir, António Champallimaud será lembrado como o homem que suprimiu o défice, um herói Português.
Gritêmos Portugueses, a uma só voz, na derradeira hora da despedida:
OBRIGADO Champas!