domingo, maio 23, 2004

Farturas, Churros e Feira do Livro

Por infurtúnio ou simples acaso, vi-me hoje obrigado a dar um salto à fenomenal feira do livro de Lisboa. Situada nesse local de conhecido renome e intimamente relacionado com o proxenetismo e com o sexo juvenil, o Parque Eduardo VII nunca se pareceu tanto com o santuário de Fátima como neste fatídico período aquando da feira do livro.
A minha ideia inicial era entrar rapidamente, dirigir-me ao local onde de certeza encontraria o Santo Graal esgotado em todas as livrarias lisboetas ... e por-me a andar dali pra fora. Impossível de executar este simples plano, vistos os 3 milhões de pessoas presentes. Seria um sinal de que o país estava interessado na leitura e no desenvolvimento cultural, puro erro de um ingeneu e desconhecedor estudante do povo "tuga". Esta multidão passeava pacatamente de mãos a abanar, provavelmente pensando que a cultura entra por osmose ... sendo de importante realçar um facto que não me passou despercebido apesar da velocidade a que corria tentando sair dali pra fora, a barraca com maior afluência não era a da texto editora nem da porto editora, muito menos seria a da oficina do livro ou da editorial presença ... era sim a barraquinha que vendia Farturas e Churros. Eu julgo que isto releva muito acerca da feira lisboeta e dos seus frequentadores. Um conselho: preocupem-se em primeiro ler os livros que são obrigatórios na escola, e só depois se aventurem a incursões por feiras de livros ... deixem-na só para quem realmente está interessado na leitura.