quinta-feira, maio 06, 2004

Alturas...

Peço desculpa por ter uma altura regular. Peço desculpa por, em dias de chuva, insistir em colocar os meus olhos na direcção das varetas dos chapéus de chuva.
Agora que já me desculpei, passo a explicar. Está a chover; eu, que até nem sou uma pessoa muito alta, decido, estupidamente sair à rua; erro crasso. Mal dou o primeiro passo na calçada, apercebo-me do que fiz, ao avistar um horizonte de circulos coloridos, mexendo-se aleatoriamente, sempre a um ritmo lento. São as velhas com os seus chapéus de chuva.
Nestas situações sinto-me como uma truta no meio de uma competição de pesca, rodeado por pequenos e afiados pedaços de metal que tentam agarrar-me ou, pelo menos, deixar-me seriamente dilacerado. Qual será a dificuldade destas senhoras em comprar chapéus de chuva normais, em vez daquelas amostras de nylon que, com a mínima brisa se viram do avesso, gerando sempre uma situação divertida para ver, sentindo-me eu sempre saciado no meu espirito de vingança.
Queria lançar aqui um apeloa nível nacional para angariações de fundos para trocar essas coisas por chapéus de chuva decentes, com mais de 10 cms de cabo que, no caso da velhotas mais debilitadas, serve também de bengala de apoio, para além de evitar situações complicadas com as outras pessoas, que têm quase de ter formação de contorcionista para conseguir desviar-se de tanta farpa.
Assim, quando virem uma velhota com um destes e, sabendo o quanto as velhas detestam trocar coisas, peguem delicadamente no chapéu dela e, na sua frente, pulverizem-no com as vossas próprias mãos e incitem-nas a deslocar-se ao retalhista chinês mais próximo para comprar um decente.