E o demónio surgiu em Chaves.
Ainda petrificado com o choque que foi ser informado da existência de indícios de corrupção no futebol nacional, que apanhou tudo e todos de surpresa, virei-me para o jornalismo na busca de notícias que escapassem a este tema.
Guiado pela minha conhecida apetência por informação de faca-e-alguidar, cheguei ao Correio da Manhã online onde, depois de extensas buscas, me deparei com uma notícia que me deixou pálido de medo.
"Mónica já viu o Diabo de frente. Estava todo vestido de preto e trazia um facalhão em riste. No entanto esta jovem de 17 anos jura a pés juntos que foi o seu primeiro e único contacto visual com o Satanás. Antes só tinha falado com ele ao telemóvel. “Ele telefonou a dizer que queria ver-me. Eu respondi que não porque não o conhecia de lado nenhum”, recorda três dias depois de ter sido protagonista de um ritual satânico que está a abalar o concelho de Chaves."
A reportagem, deisponível em completo aqui, é outra incursão da Parceria CM-TVI pelo sobrenatural, a seguir à muito aclamada história do vampiro necrófago luso-francês e inúmeras outras.
É verdade, Lúcifer, senhor dos infernos, mestre das trevas, anunciador do Apocalypse, aderiu ao telemóvel, utilizando-o para ameaçar esta senhora, a Mónica. Temos, em abono da verdade de reconhecer que este acto tem lógica, já que satã deve estar farto de aparecer sobre a forma de espíritos assombrados ou seres demoníacos, aderindo assim às novas tecnologias.
Como todas as jovens normais, Mónica, depois de falar com o Demo, voltou às lides da casa e comeu o seu empadão, calma e tranquila, pensando, talvez, que este se tivesse enganado no número. Mas não. Passados alguns minutos, o Diabo enviou um seu representante, Joaquim Mauro, um estofador de 27 anos, para castigar pelos seus pecados e incorrecções, esfaqueando e violando-a.
Mas aí é que a história ganha contornos estranhos, com o criminoso a assumir o seu crime, sendo imediatamente contradito pela sua própria mãe (todos sabemos que, no passado bíblico, a mãe do demónio é a D. Natália, que vai a Mirandela ver o rio).
Esta reportagem tem assim, no seu final, a sua verdadeira moral: até no fundo dos infernos, na fornalha das almas, existem famílias desfuncionais.
Isto sim é informação.
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