Salto à granada
Este teoria destina-se a todos aqueles homens e mulheres que, quando saem à noite, o fazem em grupo, partindo para o engate da mesma forma. Por razões de objectividade, falarei do caso dos homens, sendo que este pode ser invertido para mulheres sem grandes disparidades.
Vai então um grupo de machos, com a testosterona a correr a níveis perigosamente elevados, a bambolear-se por um qualquer estabelecimento de diversão nocturna quando ao longe avista, pelo meio do fumo de cigarros e suor evaporado, um grupo de fêmeas que, por engano olham naquela direcção, o que leva à inevitável interpelação pelo outro grupo.
Agora analisemos este grupo feminino. Vemos aqui uns espécimes giros e altamente apetecíveis, alguns elementos neutros, sempre apropriados àqueles homens sem grande aptidão para o engate e sempre, mas sempre, uma rapariga que é a cara chapada de um personagem do filme "Um porquinho chamado Babe", que designaremos por granada.
É nesta situação que o passado militar entra em acção. Técnica desenvolvida na 1ª guerra mundial, o Salto à Granada, consiste no sacrifício de um soldado para evitar a perda de todos os outros. Quando uma granada entrava na trincheira, um dos soldados tinha de se atirar para cima dela, abafando a explosão e salvando, assim a vida aos restantes.
No engate, passa-se o mesmo, com aquela granada a ser um elemento destrutivo que, senão fôr entretida, causa a derrota de todo o pelotão, graças ao sentimento de companheirismo de todas as outras fêmeas que, com remorsos, desistem da confraternização com o sexo oposto. Resta então a esperança de haver um mártir, um elemento altruísta que, sob o risco de estragar a noite e até a reputação, se oferece, habitualmente motivado por vapores de alcoól que exala, para ocupar esta granada, garantindo, assim, a sobrevivência e sucesso do restante pelotão.
Na altura do altruísmo, todos impelem aquele mais provável a aceitar o cargo, com promessas de silêncio e respeito pós-explosão, votos rapidamente esquecidos, aquando da ressaca do dia seguinte, sendo este, no fundo herói, atormentado durante dias a fio até que outro indivíduo, dias depois, se encarrega desta tarefa, assumindo assim também a chacota inerente.
É um cargo honesto, corajoso e altamente benéfico para a sociedade, pelo que aproveito para homenagear aqui, neste blog pouco divulgado, estes homens e mulheres que fazem as noites mais produtivas e os dias seguintes mais divertidos. Bem Hajam
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