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“Foi uma zanga estúpida e uma morte ainda mais estúpida. Nós somos amigos. Não acredito que ele quisesse dar-me um tiro. E acabou por matar a própria mãe”, disse ontem ao CM Sérgio Tavares quando, visivelmente abalado, recordou o sucedido na madrugada de domingo. Ele tinha alugado o antigo palacete a uns amigos para a realização de uma festa de música ‘transe’. Era a segunda vez que tal acontecia e, como da primeira vez não lhe tinham pago, pediu-me para eu cortar a saída da quinta com a minha carrinha e que ficasse ali a tomar conta”, referiu Sérgio Tavares, que não aceitou a proposta do amigo, fazendo mesmo tenção de abandonar o local.
Então ele foi a casa buscar uma espingarda e voltou com ar ameaçador. Tentei agarrá-lo, para que não acontecesse nenhuma desgraça. Estivemos uns minutos agarrados um ao outro, mas ele soltou-se e no momento em que me atingiu com uma coronhada a arma disparou-se e o projéctil foi atingir a mãe dele, a dona Nazaré. Ela tinha saído de casa e pedia ao filho para não fazer nada de que, depois, viesse a arrepender-se. E aconteceu a desgraça”, concluiu Sérgio Tavares, que voltava ao local do crime para alimentar os seus cães.
Com um penso no olho esquerdo, à volta do qual eram visíveis alguns hematomas, Sérgio Tavares levanta a mão direita, como se estivesse a mandar parar algo. E parou mesmo o diálogo:
“Desculpe mas não digo mais nada. Estou muito magoado com tudo o que aconteceu e agora só me interessa é ajudar o meu amigo, que ficou sem a mãe.”
O alegado agressor, de 41 anos, vivia só com a sua mãe, Nazaré, na referida quinta, propriedade de um advogado de Setúbal, desde a morte do pai, há já alguns anos. Ele tratava da quinta e Nazaré, de 67 anos, que morreu a caminho do Hospital de São Bernardo, tinha uma banca de fruta no Mercado de Setúbal, para onde se deslocava, manhã cedo, todos os dias.
O indivíduo foi detido pela GNR e é hoje presente ao Tribunal de Setúbal, onde lhe vai ser determinada a medida de coacção. E Sérgio vai lá estar para ajudar o amigo."
Notícia verídica do Correio da Manhã. Para quê comentar?
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