segunda-feira, março 01, 2004

Bôbos do séc. XXI

Gostaria agora de falar-vos sobre um crescente grupo de pessoas que se tem destacado na TV portuguesa, os bôbos.
Não falo de jograis da Idade Média qcujo único propósito na vida era entreter o seu senhor, mas dos sesu congéneres actuais, que se vão acumulando nas ondas televisivas.
Por razões de economia de espaço e palavras, vou excluir desta dissertação aqueles que, embora sejam claramente anormais, são pagos para o fazer (apresentadores, jornalistas, actores, etc...), o que, de certo modo, serve de atenuante ao seu comportamento.
Começarei, por razões óbvias, por Herman José, não enquanto bôbo mas como proxeneta destes, tal é a forma como os "vende" no seu programa. De entre os inúmeros personagens catapultados para a fama por Herman (cada vez mais um clone de Roberto Leal), podemos destacar os melhores.
Começamos pelo mítico Prof. Herrero, ilusionista de baixa estatura e estilo capilar alternativo (combover+rabo de cavalo), motivador dos encontros de bruxas, cuja especialidade é a mítica limpeza das duas fossas nasais simultaneamente com um só lenço.
Temos depois Alexandrino, cientista do paranormal, autor da mítica técnica de hipnotismo "Firme e hirto" e criador da primeira vassoura voadora a motor, para além de amuleto, junatmente com o seu cajado mágico e chapéu de bruxa, do Vit. Guimarães.
Os tempos passam e surge Sr. Zé, ou Shô Zé, mestre de magia negra, com a bela da unhaca, colares da feira de Carcavelos e boina de pele de leopardo, que se afirma como o único legítimo bruxo em Portugal. Podemos também falar de Professor Rouston, autor da célebre sessão nacional de hipnotismo pela TV, que ainda rendeu alguns risos a quem para isso estava disposto.
Para concluir, quem não se lembra de Linda Reis, a Pomba Gira, que encarnava e desencarnava tanto um médico do séc. XIX como a Princesa Diana, com o simples coçar do buço. Esta última valeu um episódio memorável de strip-tease completo, rnquanto Herman se esforçava por segui-la com uma toalha para tapar certos pormenores anatómicos que deveriam estar ocultos ao olhar humano.
É assim que se faz TV em Portugal, com a utilização de indivíduos perturbados para serem ridicularizados e entreterem o povo.